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Snooze para sempre 5uk4r


Publicado em 09 de abril de 2025 Por Jornal Do Dia Se t2l64


Noise(Divulgação)

Rian Santos
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Mais cedo ou mais tarde, o desenvolvimento de uma cena redunda sempre no tributo devido às bandas de formação – um ponto de referência comum, aproximando músicos e públicos de diversas vertentes e gerações. Na aldeia Serigy, por exemplo, não há quem ignore a contribuição fundamental da Snooze.
O lançamento de ‘Waking Up… Waking Down…’ (1998) é um dos marcos indiscutíveis da música com guitarras realizada pelos nossos.
Deste primeiro álbum, sobrevive o maior hit da banda e também da música indie realizada na terrinha. ‘Mariana’s Buterfly’ justifica o impulso guardado em cada uma das faixas com a linha de baixo mais memorável da cena Serigy.
‘Let my head blow up’ (2004), o registro seguinte, não é apenas o disco mais noise da banda. Além de alçar a produção musical da terrinha a um patamar até então ignorado pelas nossas fraldas fedorentas de mijo, as guitarras mais espertas da cidade (então a cargo de Mauro Spaceboy e Clinio Jr) ainda atendiam ao propósito catártico sugerido pelo batismo da bolacha. O álbum é um papoco.
Alguns anos mais tarde, os caras gravariam um terceiro disco – sempre estruturada em torno do núcleo formado pelos irmãos Fabinho (baixo) e Rafael Jr (bateria); sempre com a colaboração de guitarristas escolhidos a dedo. O seu legado, contudo, já havia sido transmitido. Cada faixa de LMHBU carrega a comunhão perfeita entre barulho e espontaneidade com uma urgência de fim do mundo.
O tributo ‘Snoozing all this time’ (2020), com direção de Gustavo Machado, atesta a importância singular da banda sergipana na cena independente brazuca. O disco soa bastante irregular, como é natural em um projeto abraçado por músicos egressos de tantos gêneros e escolas diferentes. Mas revela a beleza insuspeita de melodias sob camadas e mais camadas de distorção. O que Bruno Del Rey faz com a canção ‘A song to prepare’, por exemplo, é comovente.
À época, a homenagem foi celebrada por Fabinho e Rafael como o canto dos cisnes que a Snooze não gravou. Felizmente, eles se precipitaram, estavam enganados. A dissolução anunciada um pouco antes não durou.
Lá se vão mais de 30 anos. Tempo demais para uma banda de meninos magrelos, como a Snooze já foi. Um lapso, um intervalo muito breve, para quem cresceu junto com a banda, como eu mesmo e mais um monte de gente.
Snooze na Fredom Sessions (Rua Santa Luzia, 151): Sexta-feira, 11 de abril, às 19 horas.
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