Sergipano roda mais de 70 quilômetros para obter tratamento de saúde 3t1gh
Publicado em 17 de abril de 2020 Por Jornal Do Dia 5u86
O IBGE divulgou resultados preliminares da pesquisa de Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2018, cuja íntegra será divulgada ainda este ano. A antecipação da divulgação dos dados atendeu à solicitação do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por informações sobre deslocamento da população para cidades em busca de serviços de saúde. Com os dados, os órgãos poderão elaborar políticas públicas para enfrentar a Covid-19.
A pesquisa revela que a busca por tratamentos de alta complexidade, em Sergipe, exige do paciente um deslocamento de 71 km para chegar até o serviço de saúde, 23 km a mais, quando comparado a um deslocamento para procedimentos de baixa e média complexidade (a média de deslocamento nesses casos é de 48 km).
Mesmo Sergipe sendo o menor estado do país, no deslocamento para procedimentos de baixa e média complexidade, o estado apresenta maior deslocamento do que Alagoas, que tem em média, 43 km. Ainda assim, Sergipe é o quinto estado a apresentar as menores distâncias nesse quesito, ficando atrás de Santa Catarina, com 38 km, Alagoas, com 43 km, Rio de Janeiro com 45 km e São Paulo, com 47 km. Em relação ao deslocamento para alta complexidade, Sergipe fica atrás somente do Rio de Janeiro, com 67 km, sendo o 2º estado do país em que esse deslocamento é menor.
No caso dos pacientes que precisam de atendimento para procedimentos de baixa e média complexidade, o deslocamento para a capital, Aracaju, pode chegar a 89 km. Com esse dado, Sergipe possui a terceira menor distância média, ficando atrás do arranjo populacional de Maceió, com 73 km e João Pessoa, com 83 km. Para os tratamentos de alta complexidade, é necessário um deslocamento médio de 84 km até Aracaju.
Segundo Nelson Dias, analista do IBGE em Sergipe, "em Sergipe, existem três polos de alta complexidade. São eles Aracaju, Estância e Itabaiana. Além disso, existem os polos de baixa e média complexidade, como Boquim, Nossa Senhora da Glória, Lagarto e Nossa Senhora das Dores, por exemplo. Isso permite que ocorra uma descentralização de Aracaju. Apesar disso, a capital ainda é o principal centro regional, atraindo moradores não somente de Sergipe mas dos estados vizinhos, como Alagoas e Bahia.